A Ministra da Saúde disse hoje na AR que nunca tinha prescrito a vacina anti-pneumocócica, de seu nome comercial Prevenar®.
Ana Jorge foi presidente da ARS de Lisboa, e depois chefe de serviço do Hospital Garcia de Orta, desde a data em que a vacina foi introduzida no mercado (2001). Não fazia clínica privada nem consulta externa. Não deve, por isso, ter tido grandes oportunidades de receitar esta vacina...
Espero, contudo, que não carregue na consciência nenhuma morte evitável por meningite ou septicemia a pneumococos, causada por um dos sete serogrupos que formam 75% do leque que existe em Portugal. Nunca o saberá, daí a sua afirmação ser tão simples como quase leviana.
A Sociedade Portuguesa de Pediatria recomenda a vacina desde há largos anos, e os organismos internacionais e múltiplos países introduziram-na nos respectivos programas de vacinação. Portugal não. A vacinação com 4 doses custa 320€ aos pais. Podia custar apenas 80€ ao Estado. Ou apenas 180€ aos pais se fosse comparticipada. Se custasse um euro já estava no PNV - aposto. É isso que me choca. A prevenção de meningites e septicemias (e de mortes e de handicaps fica reservada aos ricos - será esta a política socialista?).
Desculpe, senhora Ministra: se tivesse um filho ou um neto com menos de dois anos, recomendaria a vacina? Apenas uma mera pergunta de quem anda há anos e anos a estudar o assunto... mas não me demita por escrever isto, como fez o seu antecessor, até porque ele já me perseguiu e demitiu... mesmo que ilegalmente, mas demitiu... Há seis anos... Por recomendar uma vacina que ele dizia ser "ineficaz para uma doença que não existia"... E passados apenas dois anos integrou-a com pompa e circunstância no Programa de Vacinação (a da meningite C).
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5 comentários:
Bravo Mário!
Este país não é para medrosos...!
Mas é um país onde a prevenção de doenças pela vacinação fica reservada aos ricos, deixando os pobres "em lista de espera". É isto que me choca, e que deveria chocar os meios de comunicação e os próprios pais.
Além de criar uma desconfiança enorme nos médicos, sejam pediatras, sejam médicos de família: então andam a sugerir uma vacina que a Ministra, que ainda por cima é pediatra, diz ser ineficaz?
Entretanto, os pneumococos agradecem a estupidez dos humanos...
Eu, que no que toca à vacinação digo e repito a ideia do Professor Mário Cordeiro (vacinar, vacinar, vacinar) e que, como tal, proporcionei ao meu filho a administração da Prevenar, quando ouvi a notícia fiquei "para morrer". É a prova que o poder corompe as pessoas. Que a verdade e a honestidade só interessam quando concorrem a favor dos interesses do poder instalado. Caso contrário, não há pudor em utilizar a mentira, mesmo que descarada, como neste caso. Mas será assim tão difícil governar verdadeiramente para as pessoas e com as pessoas? mas não é isso um princípio basilar da democracia? como podemos, com estes episódios, acreditar? enfim...
Sem perceber nada de vacinas, medicinas e ministras, fiquei chocada com a ligeireza do comentário da Dra. Ana Jorge. A dimensão que isto pode atingir é preocupante! Vamos ver o que acontece, daqui a uns anos...
Hoje, dia 12/10,a Ministra da Saúde aborda esta questão em artigo no jornal " Público". Tenta , deste modo, fundamentar a tomada de posição do Governo quanto à não inclusão da vacina no PNV. Não sendo eu especialista em questões de saúde, ou talvez por isso, devo referir que as justificações da Ministra não me convenceram nem um bocadinho.O que quer dizer que a perspectiva do Doutor Mário Cordeiro , neste e noutros espaços veiculada, se mantêm, do meu ponto de vista válida por ausência de contra-argumentos igualmente válidos.
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