terça-feira, 15 de junho de 2010

Yes, we can


Hoje às 15 h a nossa Selecção inicia o seu caminho neste mundial.

E fazendo alusão a Obama (esta grande esperança/certeza dos nossos tempos!) acredito que vamos ganhar. Pelo menos o jogo de hoje e a passagem no final da fase de grupos.

O futebol serve para exorcizar todas as crises! É claro, e ainda bem que assim é! Somos mais felizes assim.


Quanto ao jogo de hoje, Queiroz já está a ganhar. Não tendo comentado as infelizes declarações e postura de "estrela de pés de barro do Nani"....As estrelas são para ficar a brilhar sózinhas....


Hoje, o nosso espírito de equipa vai dar-nos uma vitória!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Núcleo Psicologia do ESCA e Ordem Psicólogos




O ESCA - instituição à qual muito me orgulho de ter pertencido durante muitos anos, continua a ter um Núcleo de Psicologia, nas suas diferentes áreas, de excelência. Agora que já não pertenço à Equipa, não me sinto mal em afirmar que talvez seja a melhor no país na área da criança e da adolescência, bem como o Gabinete de Apoio à família e o Espaço Pedagógico.




Para mim, e com certeza para todos eles, é com grande satisfação que assinalamos a plena actividade da Ordem dos Psicólogos, recentemente empossada nas suas funções.




À Ordem dos Psicólogos e ao Núcleo de Psicologia do ESCA apenas posso dizer: continuem neste trilho da qualidade!




Álvaro Ferreira


Membro Efectivo da Ordem dos Psicólogos


Ex- Director do ESCA

domingo, 30 de maio de 2010

1 de Junho

O Dia da Criança aproxima-se.

Quem convive de perto com as crianças sabe que nunca é demais lembrar-nos de quão maravilhosas elas são.

Com ou sem programas especiais, com ou sem prendas, o que é verdadeiramente importante é fazer com que cada criança que se cruze connosco nesse dia (e em todos os outros) sinta como é importante, sinta como é amada, sinta quem é.

No ESCA tentamos todos os dias manter presente essa ideia, acolhendo da melhor forma todas as crianças e suas famílias.

No dia 1 tentaremos caprichar um pouco...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

sábado, 8 de maio de 2010

A Acordar de uma breve hibernação tardia

Depois de algum tempo de reorganização o blogue do ESCA acorda para esta Primavera que já anuncia o Verão.

Já agora aqui vai uma sugestão de leitura, ou de escuta...

http://cvc.instituto-camoes.pt/aprender-portugues/a-ler/era-uma-vez-um-rei.html

domingo, 28 de março de 2010

Be a Star MC Snake


Acreditava que, neste mundo de, "ya, sobreviver", só os duros e as vedetas "são alguém". Aprendeu a "baitar o style", assim dizia copiar o estilo das estrelas de Los Angeles que lhe enchiam o querer. Fio de ouro a pesar no pescoço, a Nossa Senhora de Fátima, o emblema do Benfica, uma jante dourada. (....) Era Nuno Rodrigues de Bilhete de Identidade, mas nas lides dos espectáculos todos o conheciam por MC Snake. Cruzava as madrugadas no papel de DJ, alinhava nas rimas com o rapper Sam The Kid.(...). Não era santo, mas procurava acertar passo no trilho "da peace"(...) À malta mais nova: "Orienta-te na life, és do bairro mas não tens de ser do crime" (...)
A ida tem destas ironias. Snake morreu na segunda-feira, noutro encontro desencontrado com a polícia. Tinha 30 anos.

Expresso, 20 de Março de 2010

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mais de 70% crianças até aos dois anos vêem TV nas creches


Mais de 70% crianças até aos dois anos vêem TV nas creches, segundo um estudo coordenado por Ana Brandão Matos, que teme que a "televisão esteja a fazer babysitting".

Foram vários os especialistas que foram entrevistados pars discutir este estudo, que é verdadeiramente preocupante. O ESCA participou nessa discussão tendo sido entrevistada pelo Jornal i a Dra. Maria João Santos, Psicóloga Educacional e responsável pelo Gabinete de Apoio à Família do ESCA (jornal i, 26 fevereiro de 2010)

"Se Sabes que Vais Falhar, Fá-lo Grandemente"


"Se sabes que vais falhar, fá-lo grandemente. Em tudo na vida, seja no trabalho ou no amor, não existem projectos perfeitos. Existem pessoas a gerir algo muito falível, mas muito genuíno e intuitivo: emoções. Há que saber arriscar para Viver! Para isso também sigo sempre a minha máxima: carpe diem."

Fernanda Serrano, actriz, "cara" da campanha para prevenir o cancro da mama. Fala em correr riscos como parte da vida. Como caminho para aprender a perder o medo.

Revista Única, Expresso, 20 Fevereiro 2010

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Mazelas - Rosa Lobato Faria




AS MAZELAS(de Rosa Lobato Faria)



das últimas coisas que escreveu, publicado em WOMEN'S PRATICE


Aos 77 anos, como é natural, aparecem-nos todas as mazelas.Insignificâncias,


uma dor aqui, uma dor ali, nas costas, na perna, na cabeça, uma pequena coisa


na pele, na unha, no olho. Não ligo nenhuma. Porque a minha pior mazela é


não acreditar que tenho 77 anos.


Eu bem me farto de dizer aos quatro ventos a minha idade para ver se


interiorizo esse facto,mas, por dentro, estou na casa dos trinta, vá lá quarenta,


e não passo daí.


Setenta e sete anos? Que louura!


Tenho sempre tanta coisa para fazer, para acabar, para ler, para escrever,


tanto lugar para visitar. Tanto Museu para ver e depois as mazelas - aí!-,


mas vou, porque tenho trinta anos e, evidentemente, tenho que ir.


Não tenho a noção de ser uma senhora velha. Digo "estava lá uma velhota",


ou "imaginem que uma velha"...Estou a falar de pessoas


provavelmente mais novas do que eu, mas não me enxergo.Até quando irá


durar esta idade subjectiva que não me deixa envelhecer tranquilamente.


Só quando me oferecem o braço (já caí na rua e parti a perna, mas nem assim...),


quando não me dirigem galanteios(que estranho!),acordo para a realidade,


aí, é verdade, tenho 77 anos, que maçada...


Ultimamente, tive (ou tenho, ainda não percebi)cancro de mama. Como acho


que Deus não me ia mandar esta doença só para me chatear, abri uma


campanha de sensibilização(televisão incluida), para que as mulheres


façam mamografias, Transformei a porcaria da doença numa coisa


positiva.


Passei os trâmites habituais operação, radioterapia, etc. tudo pacífico.


Ainda por cima , o médico disse-me que era pouco provável que o cancro


me matasse, porque, na minha idade, as células já não são o que eram...


Aí, sim?




Tenho 77 anos, que alegria!


Publicada por Silenciosamente ouvindo... em 00:43
Etiquetas: vida

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Haiti - entrevista ao Dr. Pedro Miguéis



Vale a pena ouvir o Dr. Pedro Miguéis sobre as crianças do Haiti.

"As Dores do Tempo" por Nuno Nabais


Segunda-feira, Novembro 12, 2007
"As Dores do Tempo"

Foi nas Jornadas do ESCA "Escola e Clínica (Pro)motores de Bem-Estar: Como lidar com a Depressão e Exclusão na Criança e no Adolescente", que pude assistir à comunicação do Prof.º Nuno Nabais. Neste espaço coube o pensamento filosófico, um contributo fundamental. Absorvi, ou pelo menos tentei absorver o máximo desta comunicação.

A doença é uma experiência do tempo, existindo uma dimensão histórica: as doenças têm a sua história própria: o seu início, desenvolvimento e desfecho. Introduzir o tempo como constituinte significa simbolizar o tempo como o modo como nós inscrevemos instantes nele da eternidade.
O sofrimento tem uma condição temporal, o que torna possível retirar às dores do tempo a dimensão temporal para a considerar parte da condição humana.

Na experiência temporal podemos caracterizar os seguintes tempos:

- Tempo binário: tempo do antes e do depois, tempo da espera/tempo do demasiado tarde

- Tempo ternário: é um tempo complexo; tempo onde se distingue o passado, o presente e o futuro; pressupõe a construção de duas experiências completamente novas: processadas através da memória e da imaginação (o futuro sendo aquilo que está para fazer).
Para uma criança, o tempo do passado e a imaginação do futuro são difíceis de construir.
Por sua vez, o tempo ternário supõe o tempo a um tempo ou tempo unário – tempo do presente – que se manifesta exuberante, onde só o presente está, monótono, que não tem ritmos, onde não há oscilações, nem antecipações/nem o demasiado tarde. O tempo do presente é o mais paradoxal, o único tempo real, o único tempo que existe é o tempo dos encontros, das partilhas. O tempo do presente remete-nos ainda para qualquer coisa de gratuito, é-nos oferecido, estamos sempre neste tempo, sendo a única forma de tempo que habitamos e em que estamos sempre lá. O tempo presente com presente é ainda ambivalente, tem uma dimensão espacial, opondo-se ao ausente. O presente é ainda aquilo que já foi (passado) e o que ainda não é (futuro). Por último, o tempo presente também comporta o eterno, p.ex quando queremos designar o eterno e o divino utilizamos o presente do indicativo como tempo do verbo (Deus é eterno), assumindo aqui uma conotação de ambivalência, pois o que é intemporal revela-se no presente, que portanto, se conjuga com o eterno.
O tempo binário e o tempo ternário são formas do tempo, como se de uma moldura se tratasse e onde se inserisse o tempo.

- Tempo a quatro tempos ou tempo quaternário é o tempo do conteúdo do tempo. Neste tempo podemos distinguir os acontecimentos que nos acontecem, admitindo tais conteúdos três dimensões: dimensão do possível, dimensão do necessário, dimensão do impossível.

Estas quatro tempos ajudam-nos a pensar “as dores do tempo”.

A fenomenologia do tempo introduziu um tema novo na Reflexão do Homem. Só temos para além do corpo uma alma porque somos seres do tempo, uma vez que se só vivêssemos num ritmo biológico seríamos somente corpo. O que faz do corpo uma existência “almada” (com alma) é o facto do corpo se produzir e apreender no tempo, o nosso corpo tem psique. Adquire-se o sofrimento da alma, as dores do tempo.


Podemos mencionar quatro dores fundamentais do tempo:

No tempo unário, tempo do presente inscreve-se a experiência do aborrecimento, do tédio.

No tempo binário, tempo do antes e do depois inserem-se as experiências da espera infinita, do desespero (deixar de esperar, deixar de ter expectativas, incapacidade de investir na ocasião: certamente ter chegado demasiado tarde e desistir da acção).

No tempo ternário, temos a dor como arrependimento, o remorso, fixação num passado que alastra a nossa alma e a cristaliza numa instância do passado que invade o presente e o futuro.

O tempo quaternário confronta-se com os conteúdos possível, necessário, impossível – dor da impotência, tudo acontece sob o registo que escapa à nossa vontade; as coisas acontecem na conversão do impossível, do inevitável necessário, da incapacidade do agir e da incapacidade da resposta – experiências de irritabilidade; permanente resposta à frustração.

Podemos dizer que as “dores do tempo” são os lugares da invenção da condição do tempo naquilo que somos. Mas podem também ser lugares de descoberta e de felicidade.

A nossa aprendizagem do tempo não opera por alargamento, não havendo derivas de um tempo para o outro, a forma da sua constituição ocorre em paralelo, isto é, nem sempre é sistemático.

O tempo da narrativa, a arte de contar histórias, é o lugar onde as quatro dimensões do tempo acontecem em simultâneo na experiência da narrativa. Aliás a história pode mesmo estar condensada na estrutura ternária da frase: sujeito, predicado, complemento do verbo, constituindo só por si este facto o paradigma da relação agente/oponente. Na mais simples aprendizagem de uma frase, uma criança p.ex. depara-se com conflito e desfecho, estando todos nós a apreender um enredo.

Uma segunda dimensão do tempo feliz é a experiência da exuberância do presente – a dimensão da reinvenção do presente. O presente tem nele contido o dom, aparece-nos como oferta. Há quem possa argumentar que oferta estabelece uma relação de troca (expectativa e obrigatoriedade da retribuição), de consumo de bens e, no fundamental a troca não é o paradigma.
Em que medida é que podemos transformar o presente em lugar de dom de oferta, ou seja, em oferta gratuita e partilha autêntica? O que é que constitui o ponto de base de vinculação entre os seres humanos?
Sem dúvida que a experiência fundadora da comunidade humana é a do dom. No dom aquilo que damos é tempo, é o momento entre o momento de dar e o de receber. O que constitui a experiência do dom, em oposição à troca, é o tempo que o outro tem para pensar naquilo que nos vai dar, é o tempo de espera. Não se trata do objecto mas sim do tempo. E desta forma, o presente assume um lugar de dádiva.

A terceira e última dimensão do tempo é a dimensão da reinvenção do possível. Vivemos rodeados de factores que não podemos controlar, inclusivamente não podemos controlar o Outro.
O Outro é aquilo que se está a introduzir na minha vida, a presença do Outro na minha vida. A pluralidade de Outros fazerem parte da existência de cada um. Aquilo que torna possível o meu possível, como acontece na experiência de enamoramento, o Outro passar a ser parte da minha vida, da minha casa, dos meus dias introduz e confere uma dimensão “almada” e feliz.

Texto de Resumo da Intervenção do Prof.Doutor Nuno Nabais na Jornada Organizada pelo ESCA sobre "Depressão". Texto realizado por Maria João Pingarrilho, em http://como-aguarela.blogspot.com

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Um Sonho Libertador



Posso contar-lhe o sonho que tive? Não podia fazê-lo com mais ninguém, perturbou-me tanto…!
Sabe, ao contrário de outros que tenho tido ultimamente, não o vivi com angústia. Fico até preocupada, não me senti nada culpada, até fiquei furiosa quando acordei! Parecia que queria ter ficado lá…
Sonhei que quando saí do trabalho não tinha ido para casa. Em vez de, atrasada como sempre, largar o escritório a correr com um aperto no peito a pensar no L. que estava à espera no infantário, permaneci com toda a calma do mundo, como não me lembro desde sempre. Estava um nevoeiro agradável e percorri o Chiado a olhar para as montras. Comprei um livro sem sequer pensar se estava a gastar mal o dinheiro. De seguida entrei numa perfumaria e encontrei o meu perfume preferido, o meu cheiro! Do tempo em que namorei com o A. Sabia que o C. não ia gostar mas nem sequer me preocupei…nem tão pouco com o que iria “ouvir dele” acerca de “gastos fúteis”. (Afinal os miúdos precisam comprar roupa de Inverno e os poucos extras vão todos para a casa de campo que há anos estamos a construir. Claro, a maior parte do dinheiro vem dos meus pais, mas não lho atiro à cara, às vezes penso que devia fazê-lo…)
Mas continuando o sonho, telefonei ao C. e disse-lhe que não ia jantar. Ele ficou em pânico, perguntou-me quase aos gritos sobre o que se estava a passar comigo e o que é que iria dizer aos miúdos!? E eu desliguei. E atirei com o telemóvel para o primeiro caixote do lixo que encontrei! (estranho, gosto tanto dele, foram os meus sogros que mo ofereceram no último aniversário do meu casamento!) Mas sabe o que foi mais estranho no sonho? Ao olhar para uma montra vi a sombra de T., o meu colega de Universidade que se metia comigo de uma forma tão atrevida! (chegava mesmo a incomodar-me, ficava furiosa comigo mesmo quando corava). Então, entrei na sua sombra e deixei-me ir. Não sei para onde, apenas sei que quando acordei, estava a sorrir… (C. nem acreditava que era tão tarde e que eu não tinha ouvido o despertador!! Os miúdos estavam atrasadíssimos e ele também…!)
Foi mesmo estranho!

Procurei que M. pensasse no(s) sentido(s) que encontrava no que acabava de descrever.
Que eventualmente criasse pontes com a última sessão. Dizia-me ela então:
- Gosto de C., foi o único homem da minha vida e é o pai dos meus três filhos. Mas ultimamente tenho-me estranhado a interrogar se com outro homem também estaria a olhar para a televisão sem nada para dizer ao fim destes dezasseis anos de casamento? Fora os de namoro…

Não lhe disse como é óbvio o que me ia no pensamento quando me despedi uma vez mais dela. Lembrava-me de Freud quando aludia ao sonho como a “realização alucinatória do desejo”.

Álvaro Ferreira (publicado na Pais & Filhos - Jan 2010)