quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
Kiki
Kiki fez 3 anos.
A escolha da escola foi uma tarefa árdua para Ana e Rui que correram todos os Jardins de Infância da cidade à procura do “melhor”. Mais do que um bom espaço físico conjugado com um preço acessível ao orçamento familiar, procuraram um projecto pedagógico que lhes agradasse e… essencialmente, rostos de crianças felizes!
Encontraram uma escolinha que lhes pareceu bem, mas as dúvidas continuaram a surgir. Acalmavam-se com um discurso recomendado: “a decisão foi consciente, logo – É a melhor Decisão!”
Chegou o grande dia!
Já tinham antecipado a ansiedade da Kiki (e a deles) com uma visita à nova escolinha. A Kiki ficou entusiasmada, deixando Ana e Rui mais tranquilos.
Kiki entrou, de mão dada com os pais, de olhar desconfiado, observando tudo muito atenta. Não parecia muito convencida a largar as mãos da segurança.
De repente, a educadora surge com um grande sorriso convidativo: Olá Kiki! Anda ver as coisas novas que tens ali para brincar. O rosto iluminou-se e aderiu. Disse adeus a Ana e Rui e (segundo a educadora) ficou bem.
A semana decorreu normalmente. Na segunda semana começou a chorar e a agarrar-se aos pais na hora da separação.
Ana e Rui foram falar com a educadora que lhes assegurou que ela, depois, ficava bem. Ana e Rui queriam acreditar, mas o sofrimento de Kiki levantava o véu das ansiedades que transportavam. Ficavam a espreitar pela janela, telefonavam a meio da manhã,…
Informaram-se para saber se era normal.
A primeira etapa, Ana e Rui cumpriram. Mostravam-se sorridentes e tranquilos na hora da separação explicando que a escola é um sítio giro e cheio de pessoas que gostam muito dela. Assim, Kiki podia optar por escolher a escola (em vez dos pais) e eles até achavam bem!
O passo seguinte foi dado pela Kiki. Curiosamente ela resolveu a situação. Passou a ser ela a levar Ana e Rui à porta da escola e a ser ela a dizer adeus. Sempre é preferível “abandonar” do que “ser abandonado”.
Foi aí que os pais entenderam. As crianças têm estratégias fantásticas para resolver os seus problemas. Às vezes, apenas precisam de uma pequena ajuda.
Obrigado Kiki!
Publicado na revista Pais&Filhos por Maria João Santos
Responsável do Gabinete de Apoio à Família do ESCA
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Crise Mundial (Pess/Opt)imismo
Michael Wieviorka, Presidente da Associação Internacional de Sociologia, realizou uma conferência na Universidade do Minho na semana passada. A reter as suas palavras (in Jornal Publico, 20/02/2009):
- quando há uma crise tão grave há uma série de processos que se desenvolvem. E com eles o medo, o ódio, a xenofobia, o racismo, relacionados com o nacionalismo, o populismo, o proteccionismo; Talvez seja este o momento para pensar que outro mundo é possível(...) sou um forte apoiante de Obama(...)ele não diz apenas que "temos de salvar a banca ou o emprego", tem também um forte interesse pela economia verde, acredita na ciência e no investimento a longo prazo. Na Europa não temos isto. estamos a tentar salvar a banca, as indústrias clássicas, os empregos, etc. Não parecemos muito empenhados em criar uma nova era(....).
Miguel Sousa Tavares, Expresso (21/02/2009:
(...)Antes ainda de financeira ou económica, esta é uma crise universal de valores e princípios, num tempo em que o dinheiro e as aparências, o sucesso e a falta de consciência de deveres e de obrigações com os outros se transformaram no bezerro de oiro(...)
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
Notícias do ESCA - Novo Espaço de Amamentação
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
alargamento para seis meses
O Governo aprovou hoje o aumento da licença parental para seis meses, subsidiando com 83 por cento do salário bruto, mas que atingirá 100 por cento se a licença for de cinco meses partilhada por pai e mãe.
"Procede-se ao aumento do período de licença parental para seis meses subsidiados a 83 por cento ou cinco meses a 100 por cento na situação de partilha da licença entre mãe e pai, em que este goze um período de 30 dias ou dois períodos de 15 dias em exclusividade", lê-se no comunicado do Conselho de Ministros".
Logo que o diploma seja publicado em Diário da República, terão direito aos novos benefícios da licença de parentalidade não apenas os novos casos de nascimento, mas também os casais que nesse momento já se encontrarem em período de usufruto de licença de parentalidade.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Ao pai de Eluana Englaro
Eluana Englaro morreu esta segunda-feira. Encontrava-se em estado vegetativo há 17 anos, quando sofreu um acidente de carro. O pai obteve o direito de interromper a alimentação e a hidratação da filha com uma decisão definitiva da Justiça italiana, divulgada em 13 de novembro de 2008.
O pai da italiana disse ao jornal chileno "La Nación" que "não fizemos nada além de dar voz a Eluana", ao explicar sua decisão de deixar a filha morrer. Ele começou a batalha judicial para desligar os aparelhos em 1997.
O primeiro-ministro da Itália, Sílvio Berlusconi, disse ter recebido "com muita dor" a notícia da morte de Eluana.
O Papa Bento XVI afirmou que "a eutanásia(...)é um acto "indigno do homem".
No Vaticano, o cardeal Javier Lozano Barragán, pediu que "o Senhor acolha (Eluana) em seu seio e perdoe aqueles que a levaram deste mundo".
O pai de Eluana Englaro fez um apelo por silêncio e respeito nos últimos dias da filha.
Aos acusadores e outros moralistas deixo as palavras de José Luís Peixoto (in Morreste-me) dedicando-as, curvando-me com respeito, ao pai de Eluana:
(....)Não se aflija, pai. Sou forte nesta terra nos meus pés.(...) sem ti e sempre contigo(...)Não se apoquente pai.Eu oriento-me. Pai, não se preocupe comigo. Anoitece a estrada no que sobra da manhã. Chove sol luz onde está o que os meus olhos vêem. Pai. Dorme , pequenino, que foste tanto. Pai, onde estiveres, dorme agora.(...) Eras um pouco muito de mim. Descansa, pai. Ficou o teu sorriso no que não esqueço, ficaste todo em mim. Pai. Nunca esquecerei.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
a falar é que a gente de entende...
Neste elencar de pessoas do ESCA a quem devo, pessoalmente, e em nome dos meus filhos e dos meus pacientes, gratidão, quero expressar aqui os meus agradecimentos à Terapeuta Carolina Santos, dita "da fala", mas que é, no fundo, da linguagem, da comunicação e da empatia. O que ela consegue corporizar, nas sessões e nela própria.
Obrigado, nomeadamente em nome do Tomás e do Eduardo.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Subscrever:
Mensagens (Atom)