terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Ao pai de Eluana Englaro


Eluana Englaro morreu esta segunda-feira. Encontrava-se em estado vegetativo há 17 anos, quando sofreu um acidente de carro. O pai obteve o direito de interromper a alimentação e a hidratação da filha com uma decisão definitiva da Justiça italiana, divulgada em 13 de novembro de 2008.

O pai da italiana disse ao jornal chileno "La Nación" que "não fizemos nada além de dar voz a Eluana", ao explicar sua decisão de deixar a filha morrer. Ele começou a batalha judicial para desligar os aparelhos em 1997.

O primeiro-ministro da Itália, Sílvio Berlusconi, disse ter recebido "com muita dor" a notícia da morte de Eluana.

O Papa Bento XVI afirmou que "a eutanásia(...)é um acto "indigno do homem".
No Vaticano, o cardeal Javier Lozano Barragán, pediu que "o Senhor acolha (Eluana) em seu seio e perdoe aqueles que a levaram deste mundo".

O pai de Eluana Englaro fez um apelo por silêncio e respeito nos últimos dias da filha.

Aos acusadores e outros moralistas deixo as palavras de José Luís Peixoto (in Morreste-me) dedicando-as, curvando-me com respeito, ao pai de Eluana:

(....)Não se aflija, pai. Sou forte nesta terra nos meus pés.(...) sem ti e sempre contigo(...)Não se apoquente pai.Eu oriento-me. Pai, não se preocupe comigo. Anoitece a estrada no que sobra da manhã. Chove sol luz onde está o que os meus olhos vêem. Pai. Dorme , pequenino, que foste tanto. Pai, onde estiveres, dorme agora.(...) Eras um pouco muito de mim. Descansa, pai. Ficou o teu sorriso no que não esqueço, ficaste todo em mim. Pai. Nunca esquecerei.

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